sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Voando Com Uma Asa-Delta Sobre O Monte Everest

Os pássaros, com sua impressionante capacidade de locomoção pela atmosfera, sempre fascinaram os seres humanos desde os tempos mais remotos. Alguns homens e mulheres dedicaram boa parte de suas vidas observando-os, estudando-os e aprendendo suas técnicas que um dia iriam contribuir para que também pudéssemos voar.

Um desses entusiastas, um esportista e naturalista italiano, pilotando asas-delta motorizadas ou não, quando eram então rebocadas por pequenos aviões do tipo ultraleve, conseguiu alguns recordes no campo do vôo livre, que lhe valheram o título de "Condor Humano".



Seu nome, Angelo D'Arrigo



Sua carreira nesse tipo de esporte teve início em 2001, quando começou uma série de excitantes eventos nos quais era constantemente visto voando ao lado de bandos de aves de rapina, na tentativa de aprender algumas de suas habilidades especiais para o vôo migratório, fazendo uso das correntes térmicas ascendentes de ar para cobrir longas distâncias com baixo consumo de energia.

Entre suas façanhas, destacam-se as seguintes travessias em asa-delta a reboque de aviões ultraleves:

Em 2002 cruzou o deserto do Sahara e o mar Mediterrâneo.

Em 2003 voou 5.500 Km do norte da Sibéria até o Irã, no Mar Cáspio.

Em 2004 obteve um outro recorde mundial, quando após ser rebocado em sua asa-delta por um ultraleve, ambos preparados para vôos a grandes altitudes, enfrentou temperaturas de 30º C negativos e a turbulência severa causada por ventos de até 100 Km/h do jet-stream, o que provocou o rompimento do cabo de reboque a cerca de 9.000 metros de altitude e a 500 metros do topo do monte Everest. Mesmo assim conseguiu sobrevoar o pico da montanha mais alta do mundo (8.848 m), causando espanto a um grupo de alpinistas que tentava alcançar o cume.

O piloto do ultraleve e Angelo revisando procedimentos antes da decolagem:


Iniciando a decolagem:


Decolagem:


Sobrevoando o Himalaia:


Aproximação do cume:


A parede norte do Everest:


Em 2006, seguindo as rotas migratórias dos condores andinos, sobrevoou também em uma asa-delta, o pico Aconcágua (6.962 m), a montanha mais alta das Américas.

Sobrevoando o Aconcagua:


O fim do sonho:

No dia 26 de março de 2006, aos 45 anos de idade, Angelo fez o último vôo de sua vida. O monomotor em que viajava como passageiro, estolou e caiu de uma altura de 200 m chocando-se contra o solo em uma feira aeronáutica na Sicília, causando a morte dos dois ocupantes.

O que restou do pequeno Sky Arrow:


D'Arrigo foi agraciado postumamente com o Prêmio Laureus (Laureus World Sports Award), como reconhecimento as suas realizações em prol dos esportes.

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