quinta-feira, 24 de maio de 2007

A Nova Rolha Da Cedae

Há muito tempo a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro (Cedae) se defronta com dois problemas que parecem se multiplicar a cada dia; os usuários inadimplentes, e aqueles que fazem uso de ligações clandestinas. E que ninguém se iluda pensando que só quem não paga suas contas ou faz os chamados "gatos" nas redes da concessionária são pessoas de baixa renda e moradores de favelas. Na lista de devedores e infratores estão casas e condomínios de luxo, centros comerciais, hotéis, indústrias e restaurantes, alguns situados em bairros nobres.

Segundo o atual presidente da concessionária Wagner Victer o prejuízo anual da empresa gira em torno de R$ 1 bilhão e apoiado na Lei Federal 11.445/2007, deu início a ações conjuntas com a Polícia Civil do estado, visando descobrir as ligações ilegais e punir os infratores por furto de água.

Teoricamente isso resolve pelo menos em parte um dos problemas, mas não o da inadimplência que fica a mercê e aos caprichos das decisões judiciais que geralmente se arrastam por anos a fio nas Varas cíveis estaduais.

Segundo o presidente da concessionária, os grandes consumidores que não pagam as contas da Cedae, não se importam com o corte no abastecimento de água, pois compram carros-pipa e continuam usando o sistema de esgoto. Cerca de 80% do valor da conta é referente ao serviço de coleta e tratamento de esgoto.

Agora surge uma nova idéia que se levada a vante e não for obstada pela justiça, promete causar sérias dores de cabeça aos devedores contumazes e que incialmente será aplicada somente aos grandes consumidores inadimplentes com dívidas superiores a R$ 20 mil.

O sistema, pioneiro em todo o mundo, foi desenvolvido por técnicos da empresa e consiste em um obstrutor para redes de esgoto, que uma vez instalado irá impedir a passagem de águas servidas, provocando o refluxo e transbordamento em todos os aparelhos sanitários situados ao nível ou próximos do solo. O obstrutor consiste de duas placas circulares de polímero, intercaladas com uma de borracha e um mecanismo de rosca central. Após ser introduzido na tubulação, o mecanismo que pode ser acionado a distância, comprime a peça central fazendo-a expandir-se e imposssibilitando a passagem de água e detritos. Pode ser fabricado em vários diâmetros, com custo baixo, e sua colocação e retirada é fácil e rápida.

Clique na foto para ampliar.

Crédito da foto: www.globo.com

A idéia apesar de ainda não ter sido posta em prática, parece ter assustado alguns clientes devedores. Dos trinta maiores consumidores inadimplentes já contatados pela concessionária, cinco, com dívidas entre R$ 40 mil a R$ 300 mil, já procuraram agências da Cedae para efetuar ou negociar a forma de pagamento.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Como Será Que Ele consegue Voar?

Aparentemente esse helicóptero russo Mi-24 Hind está voando e manobrando com o rotor principal parado.



Fake?

Penso que não. Propositalmente ou não, a câmera de vídeo estava registrando a imagem, usando uma frequência de "quadros por segundo", igual ao "número de rotações por segundo" do rotor principal do helicóptero, o que criou a ilusão ótica de que a hélice estava parada, o que seria uma impossibilidade física e aerodinâmica para esse tipo de aeronave.

O giro do rotor de cauda é visível, provavelmente devido a um número de rotações diferente do rotor principal.

O mesmo efeito visual é obtido usando um estroboscópio sobre qualquer corpo animado de movimento circular. Em linhas gerais esse aparelho é composto por um refletor luminoso intermitente, uma chave rotativa reguladora do número de lampejos por segundo e um display onde pode ser feita a leitura direta do número de rotações do objeto analisado.

Hoje em dia o estroboscópio é amplamente usado para fins práticos, por exemplo, quando se deseja saber o número de rotações de máquinas e motores, sem a necessidade de nenhum acoplamento elétrico ou mecânico. Ao se regular a frequência dos lampejos luminosos intermitentes do aparelho, que incidem sobre o objeto em movimento circular, e igualá-la com o número de rotações da peça, tem-se a ilusão ótica de que ela está parada. Feito isso, basta visualizar a escala do aparelho que estará indicando o número de rotações por minuto.

Uma antiga aplicação deste intrumento era o ajuste da velocidade dos antigos toca-discos fonográficos que utilizavam discos de vinil. Os pratos onde se apoiavam os discos, tinham marcas gravadas na bordas e que eram iluminadas por uma pequena lâmpada de descarga gasosa do tipo neón, alimentada por corrente alternada de 50 Hertz, ou seja, emitindo 50 lampejos por segundo. A distância entre as marcas era calculada de modo que, estando o conjunto prato/disco na velocidade correta, as marcas pareciam imóveis diante dos olhos do observador.

Crédito do vídeo: http://www.break.com

terça-feira, 1 de maio de 2007

Considerações Sobre O Papel Higiênico

Há poucos dias atrás a cantora Sheryl Crow, 43, que continua firme em sua campanha em defesa do meio ambiente e das medidas contra o aquecimento global, causou polêmica ao declarar em entrevista e postar no blog de seu site oficial, uma sugestão ao povo norte-americano, na qual pediu que em condições normais, seus concidadãos reduzam o consumo de papel higiênico em cada visita ao banheiro. "...Uma das minhas (idéias) favoritas está voltada para a conservação das árvores, das quais muito dependemos para liberação de oxigênio. Eu proponho uma limitação na quantidade de folhas de papel higiênico que sejam usadas em cada ida ao toalete. Não quero roubar os direitos de nenhum americano respeitador da lei, mas penso que somos um povo esforçado o suficiente para conseguir utilizar apenas uma folha de papel por visita ao banheiro, exceto, é claro, naquelas ocasiões mais complicadas onde duas ou três poderiam ser usadas..." (sic), afirmou Sheryl.

Obviamente tal declaração gerou um sem número de opiniões, debates e piadas entre os americanos. O apresentador Jay Leno, em seu programa de variedades "The Tonight Show" da rede NBC, já avisou que se essa idéia for adotada, não irá apertar a mão de mais ninguém.

Mas afinal qual a origem dessa invenção que revolucionou os hábitos de higiene de grande parte da humanidade?
Consta que a invenção se deve aos chineses, lá pelos idos do século VI DC, embora outras fontes indiquem como sendo atribuída a Joseph Gayetty, um americano de New York, em 1857. Mas independentemente a quem caiba o mérito do invento, muito tempo se passou até que seu uso fosse difundido e aceito em outras partes do mundo civilizado.

Antes que isso ocorresse, era comum na limpeza após a satisfação das necessidades fisiológicas, o uso de folhas de árvores, grama, água, areia, sabugos de milho e até hastes de madeira. Posteriormente quando o papel já era usado para impressão, mas não ainda totalmente disseminado para o uso higiênico, as pessoas recorriam as páginas de jornais, e impressos em geral. Pelo menos não encontrei nenhuma referência a utilização de papel-moeda para esse fim.

Hoje em dia, em países como a India e os de cultura árabe, onde, excetuando os hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos cuja clientela é em parte de origem ocidental, é possível encontrá-lo a disposição. No entanto, a maior parte das populações desses países utiliza a água em suas abluções. Para tanto, via de regra encontram-se junto aos vasos sanitários das residências e de locais públicos, as singelas canecas para que são usadas para verter a água, que, com auxílio sempre da mão esquerda, é usada para efetuar a higiene. A mão direita é reservada para atividades mais nobres como a alimentação e virar as páginas dos seus livros sagrados. Talvez os canhotos se sintam um pouco confusos.

Alguns historiadores consideram esse costume oriental como sendo a origem do hábito social do aperto de mão, usado no ocidente, ser feito sempre com a mão direita. Tradicionalmente a esquerda era a mão suja.

No mundo ocidental moderno, a invenção ao longo do tempo sofreu várias modificações desde seu formato original e ainda encontrado na modalidade de folhas soltas e empilhadas em blocos, até a forma moderna e mais comum de rolos, sem esquecer a variedade de cores, estampas, perfumes e até os vitaminados. Sinceramente não vejo muita utilidade em colocar vitaminas em papel higiênico, mas os fabricantes ao verificarem os resultados de vendas, possivelmente sim. Talvez uma parcela da população se sinta mais saudável ao ter seus ânus vitaminados diariamente.

Segundo a Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), o Brasil possui um mercado estimado em 600 mil ton/ano para o segmento de papel sanitário e apresentou crescimento modesto nos últimos dois anos, refletindo o magro desempenho do PIB nacional. A nível mundial, o aumento do consumo de papel higiênico se deve principalmente ao aumento do poder aquisitivo das populações, aos investimentos governamentais em saneamento básico e a educação, que se reflete também em relação aos hábitos de higiene.

Por outro lado, se a matéria-prima para fabricação de todo papel, inclusive ao destinado a higiene íntima pessoal, provém da celusose da madeira, extraída de áreas nem sempre reflorestadas, é bem possível que essa prática civilizada e inocente esteja também contribuindo para o tão discutido aquecimento global.

Aliás, um amigo médico ginecologista sempre se refere a essa invenção, como o "papel anti-higiênico". Segundo ele, e não lhe tiro a razão, o papel ao invés de limpar, espalha.

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