Por algum motivo inexplicado, ou pelo menos não entendido uma vez que a matéria estava escrita em chinês, o novo viaduto foi construído passando por áreas residenciais e pelo menos o prédio de apartamentos de 6 andares e outros menores que aparecem nas fotos não foram desapropriados e demolidos, aparentemente permanecendo ocupados por seus moradores. Esses com certeza podem dizer que literalmente moram embaixo da ponte.
Até aí tubo bem, mas fico pensando como eles teriam se arranjado durante o estaqueamento das fundações dos pilares e içamento das enormes e pesadas seções de vigas de aço que compõem a estrutura de assentamento das pistas de rolamento.
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Fonte: http://www.sina.com.cn
Mas que ninguém pense que isso é invenção de chinês e seja o único caso no mundo. Pelo menos uma outra obra existe em situação semelhante e justamente em pleno centro comercial da Ilha de Manhattan (Condado de Nova Iorque), cheia de leis e rígidas normas municipais. Mas nesse caso existe uma explicação:
Em 1970 o First National City Bank (hoje conhecido como Citibank) resolveu reunir todos os diversos departamentos que estavam espalhados pela cidade em um único prédio e para isso comprou uma grande área nas já valorizadíssimas esquinas da avenida Lexington com as ruas 53 e 54 Este. Ocorre que além dos prédios comerciais antigos que lá existiam e que foram logo demolidos, existia uma antiga e tradicional igreja (St Peter's Lutheran Church) construída em 1905 e que apesar da resistência da congregação com relação as insistentes propostas de compra pelo banco, estava enfrentando sérios problemas financeiros.
A solução aceita foi vender o terreno por US$ 9 milhões e permitir a demolição da igreja, com uma cláusula contratual que previa que o novo prédio do Citigroup Center a ser construído com 59 andares, tivesse um espaço entre o nível da rua e o primeiro pavimento, que permitisse que uma nova e menor igreja fosse posteriormente custeada e construída pelo banco, em parte sob o enorme prédio de 280 metros de altura.
A primeira vista causa uma sensação estranha e sem sentido, observar de longe o grande espaço vazio e os enormes pilares de quase 40 metros de altura entre o meio fio e o primeiro andar, em uma estrutura sem apoios nas quinas do arranha-céu, cujo peso foi distribuído por quatro pilares que foram deslocados para a região mediana de cada face, além de um núcleo central.
Mas os arquitetos conseguiram suavizar e harmonizar o impacto de uma construção em parte superposta a outra, criando inclusive uma grande praça em vários níveis inferiores ao da rua, muito frequentada principalmente no horário de almoço pelos milhares de funcionários do Citigroup Center.
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Vista do prédio e da igreja (ver seta e realce em amarelo):
Detalhe da igreja "embutida" no prédio do Citigroup Center:
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